Com Portugal se tornando cada vez mais mercantil, comercial, a arte trovadoresca que era palaciana não condizia com os novos locais de vivência da população: o cenário era do comércio. Com o reinado de D. Afonso IV as relações de Portugal e Espanha ocasionaram uma separação linguística e literária cada um procurando a própria expressão, levando o trovadorismo a uma decadência.
Logo foi entrando nesse novo contexto literário a prosa medieval, onde a mudança de uma economia feudal para uma mercantil. A criação das primeiras universidades, o espírito guerreiro da época das lutas da Reconquista e a forte influência clériga permitiram que a prosa fosse desenvolvida do século XIII a XIV. As principais prosas podem ser divididas em:
Hagiografias: realizada por mosteiros, eram relatos biográficos de figuras canonizadas.
Livros de ninhagens (nobiliários): Fomentavam a amizade entre os nobres e evitavam casamentos entre parentes até o 7º grau. Ainda eram prosas que defendiam privilégios hereditários. Eram relatos genealógicos de famílias nobres que abordavam esses temas que foram citados.
Cronicões: Primeiros relatos romanceados por acontecimentos históricos e sociais no século XIV.
Novelas de cavalaria: derivam das canções de gesta, poemas medievais cantados em linguagem popular que celebravam feitos guerreiros. Podiam ser de ciclo clássico (sobre temas latinos e gregos), de ciclo carolíngio (sobre Carlos Magno e os doze pares de França) e o ciclo bretão ou arturiano (sobre o rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda). Uma das mais importantes, do ciclo arturiano é a demanda do Santo Graal:
[...] Não se conhece o autor nem a data exata de publicação desta Demanda do Santo Graal. Das inúmeras versões surgidas na Idade Média, poucas chegaram a nós com dados mais concretos. O certo é que, de todas elas, a portuguesa é a que se manteve mais completa ao longo dos anos.
Defrontado com a decadência de seu reino, Artur reúne os cavaleiros da Távola Redonda e os incumbe de resgatar o Santo Graal, o cálice com que José de Arimatéia coletou o sangue de Cristo na cruz. Desaparecido há séculos, esse objeto sagrado pode devolver Camalote a seus dias de glória. Para recuperá-lo, Lancelote, Percival, Galaaz e os outros cavaleiros serão postos à prova e enfrentarão bestas selvagens, maldições ancestrais, duelos ferozes e tentações constantes. Imortalizada em filmes e livros, a Demanda que aqui se apresenta surpreende pelo frescor do texto original. Alternando o ponto de vista entre os cavaleiros que partem na missão, o livro oferece ainda um rico panorama da vida e dos costumes medievais.
Lançado pelo selo Companhia de Bolso, este livro foi publicado pela primeira vez em 1988 pela T. A. Queiroz. [...]
De: http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=80094
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