segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Interligação da Billings à Guarapiranga



          De acordo com os dados divulgados pela Sabesp, a Billings que abastece 2 milhões de pessoas na Baixada Santista, está com 93% de armazenamento, quase que cheia. Geraldo Alckmin, do PSDB, autorizou levar mais de 500 L por segundo até a Cantareira. Ainda por cima ele anunciou tentar retirar água do Alto Tietê (com 31,3%) e Guarapiranga (com 74% de sua capacidade).
            Estudos da década de 1990 já apontavam possibilidades para a situação da crise. Existiam projetos e obras para que houvesse maior aproveitamento da Billings para abastecer a metrópole, esse projeto já poderia ter sido aproveito há anos. O que acontece é que somente agora que há tentativa de usar a represa.
            Uma das problemáticas acerca do assunto é o de a Billings receber esgoto e assoreamento dos leitos, que são pouco valorizados e não há preocupação governamental para que haja uma recuperação ou projetos de melhoria. Caso os reservatórios tivessem uma gestão melhor, haveria uma produção de água maior.
            O que se pretende com a interligação do braço da Billings Taquaquecetuba com a Guarapiranga é transpor a água de uma represa à outra para auxiliar no abastecimento de água na população de São Paulo abastecida principalmente pela Cantareira.


       Os reservatórios para abastecimento público sofrem eutrofização pela descarga de esgotos domésticos, industriais e agrícolas, desequilibrando populações ecologicamente, afetando a biota do ecossistema, além da qualidade da água. As algas aumentam a turbidez, alteração do odor e do sabor. Ainda produzem certas toxinas advindas de cianobactérias. Essas toxinas afetam a saúde pública, além de prejudicar o habitat de outros seres aquáticos.
            Retornando à Billings e Guarapiranga, ambos os reservatórios estão eutrofizados. O braço Taquaquecetuba ainda não recebe nenhum tratamento, além de também possuir muitas cianobactérias entre os fictoplânctons, responsáveis pela eutrofização.

Transposição do braço Taquaquecetuba para Guarapiranga

                                    

         O projeto em si visa suprir e auxiliar no abastecimento de S. Paulo para que não haja uma dependência maior do Sistema Cantareira, porém comprometerá com a qualidade da água, já que Taquaquecetuba é contaminado pelos esgotos e lixos despejados, além das já citadas algas, e os metais pesados.
            Durante 60 anos, a Billings recebeu águas do rio Tietê pelo Pinheiros, contribuindo à poluição da represa. E, mesmo que afirmado pela Sabesp que as características das duas represas são similares, jogar a água de uma à outra, cuja importância é extrema no abastecimento, é arriscar e apostar alto. Além disso, não são usados critérios de saúde pública, ou de qualidade ambiental, porém na quantidade de água.
            O problema não é a interligação para abastecimento, porém uma interligação sem antes tratar a água, tornando mais difícil o tratamento depois de contaminar mais o Guarapiranga.
 



 

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