São Paulo que cresceu entre Anhangabaú e
Tamanduateí, pela ideia do “progresso” ainda no século XIX começaram as ideias
de modificação do espaço geográfico da região paulista. Muitos trens partiam do interior trazendo
produtos agrícola, principalmente o café até o Porto de Santos.
A
culpa por existirem muitas rodovias que hoje são responsáveis pelos trânsitos
na cidade, cujos carros poluem o meio ambiente e afetam a saúde dos demais
seres, além à do ser humano. Ao invés de uma opção por ferrovias, com estratégias
políticas e incentivadas pelas automobilísticas, aos poucos São Paulo foi
alterando suas características e se adaptando a ideia do automóvel particular.
O
rio Tietê passou por vários processos degradativos em seu curso. Ele faz o
contrário de muitos rios devido as escarpas da Serra do Mar, indo de
Salesópolis para o rio Paraná. Ele foi considerado um empecilho ao capital
pelas suas curvas e baixas declividade. Além disso, nunca voltava ao seu normal
após estiagens. É um processo natural que ocorre até hoje, a inundação de
várzeas. Consequentemente trazia doenças para a população, como varíola, febre
amarela, tifo, gripe espanhola e peste bubônica.
Para
passar as adversidades e driblar a natureza, sem pensar em consequências
futuras, iniciaram-se obras de retificação em canais de Osasco Anastácio e
Inhaúma. É certo que os pretextos usados para que as obras ocorressem era a
decisão de expansão capitalistas e de saúde pública com as doenças que atingiam
pessoas que moravam as redondezas do rio pela desigualdade social.
Retificação do Tietê (Imagem retirada dehttp://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/12/imagens/i320097.jpg) |
Além
da retificação, foram construídas algumas rodovias ao lado do rio por péssimos
projetos de engenharia e construção civil e com uma falta de gestão e
planejamento adequados e conscientes das drásticas e caóticas consequências.
Não é nada complicado saber que, ao
impermeabilizar o solo, está afetando diretamente no meio ambiente e nas
condições de vida da população. Logo que o rio passa por um processo de cheias,
a água escorre pela sua várzea. Trata-se de um processo normal. Ao retirar o
solo do local, não há como ser absorvida, então tem-se o processo de enchentes.
Alguns rios afetam principalmente as classes mais periféricas e que possuem
menos condições e passam a morar ao lado de rios por uma deficiência
governamental e de fiscalização.
A questão vai além disso, canalizar
um rio permite a sensação de querer esconder um recurso natural e que estava
muito antes do ser humano chegar. É inclusive lugar de muitos seres vivos e que
não podem ser julgados como inferiores ou menos importantes que humanos, que
possuem mesmo grau de importância. A ideia de que somos seres superiores sempre
deve ser deixada de lado, tanto que hoje é muito difícil – ao perguntar para as
pessoas – classificar a mulher e o homem como animais. Se fosse para listar
animais que venham, raramente nos colocam no meio. Sempre querendo
distinguir-se dos seres vivos pela capacidade de agir “racionalmente”. O
contraditório é que muitas ideias racionais na verdade são de consequências
péssimas que parecem de um planejamento feito inconsequentemente, sem razões.
Saturnino de Brito já sabia de que essas implicações
seriam feitas e que por esses erros afetariam o ambiente. Ele colocou em seu
projeto a preservação das áreas que seriam alagadas para ajudar a conter as
enchentes. Ele via a importância de preservar o Tietê, Pinheiros e
Guarapiranga, principalmente pela importância no abastecimento de água. Mas,
seu projeto foi irrelevante pelo governo e a administração, por isso foi
descartado dando preferências ao Plano de Avenidas de Francisco Prestes Maia.
Os principais problemas decorrentes foram de enchentes e poluição, obtida
principalmente com as emissões de indústrias que tiveram suas instalações facilitadas
com as alterações nos cursos dos rios,
ao preferir o plano de Maia.
E até agora, o rio Tietê foi usado como uma analogia,
pois vários rios passaram por canalizações e retificações. A Light foi a
responsável por este processo no rio pinheiros, importante nos conceitos vistos
na Billings e Guarapiranga. O curso foi inclusive invertido para que fosse do
Tietê-Pinheiros até a Billings.
Projeto de Saturnino Brito (Imagem retirada de http://www.mobilize.org.br/midias/noticias/projeto-de-retificacao-do-tiete-saturnino-de-brito-1924.jpg) |
O vídeo, retirado do YouTube, Entre Rios, explica de maneira clara e concisa o processo de urbanização de São Paulo e o que aconteceu na relação homem - natureza.
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