sábado, 7 de fevereiro de 2015

A inter-relação de justificativas dos conflitos da atualidade

     Todos os conflitos que hoje são gerados apresentam justificativas e são ocasionados por atentados. E são inúmeras as justificativas que estão mais inter-relacionadas do que se possa imaginar quando você acredita somente no que ouve ou lê sem processar e desmascarar o sensacionalismo midiático.
       Aqui falarei dos porquês de conflitos que são os principais donos da discórdia. Podemos usar as palavras religião, território, ideologia e capital. Essas quatro palavras, além de seus significados levam um efeito dominó pela influência de uma para com a outra. 
        Iniciarei a falar da causa religiosa: fé e religião seriam a mesma coisa? Obviamente que não. A religião é algo que você pode seguir e - independente de qual seja - possui uma fé, que pode ser sentida. A diferença é que essa fé, pura e simples, não está presente nesses seguidores religiosos e muito menos pelos Estados que norteiam o globo terrestre, de hemisfério a hemisfério. A religião possui influência na atuação de um governo? Infelizmente isso não deveria ocorrer, mas está muito presente por aí.
         A religião não pode interferir nas outras relações, socioeconômicas, capitais, ideológicas e ambientais, mas são para muitos a resolução de problemas que não conseguem ser resolvidos. A água, a partida pode ser um exemplo: como desencargo da má gestão governamental a culpa do problema é desencarregada em observações religiosas, como 'Não choveu porque São Pedro não contribuiu', 'Deus não fez com que chovesse para castigar os problemas humanos.' É algo que transpassa e sai da noção de desvincular a religião pura e simples dos problemas humanos. 
        Desde a antiguidade a religião já é usada como uma maneira de agir e controlar a sociedade. Vimos muitos impérios e governos que passaram e transfiguraram regiões e períodos impondo o pensamento religioso nas pessoas, até o aparecimento da busca pela razão humana. A partir do desbravamento científico é que o teocentrismo aos poucos foi sendo deixado de lado, embora atue com grande impacto na atualidade. 
         Hoje vemos muitos países em que a religião rege as normas e leis da nação, de maneira que aos migrantes ou turistas deva ser cumprida, independente da religião que estes possuam. Vemos principalmente em Estados do Oriente Médio. A partir disso podemos  colocar uma ponte à regionalização: muitas lutas territoriais possuem inclusive um viés religioso. Podemos pensar na vontade de obter um território para povos Xiitas nos conflitos iranianos. Dessa forma há um vínculo forte nas relações territorialistas. 
          Não somente religião, bem como ideologias são interligadas. Não precisamos ir tão longe aos séculos medievais para termos acesso a exemplos: o fascismo, nazismo e integralismo misturam questões religiosas, ideológicas e territoriais. Nazistas queriam exterminar raças que não formassem a "raça ariana". isso incluía uma aversão aos judeus, não só devido aos fatos culturais, mas religiosos. E, a II Guerra Mundial se passou muito nos enlaces ideológicos em buscas de territórios para que houvesse uma expansão da ideia difundida principalmente por Hitler. Ainda desencadeou uma guerra fria apontando os antes interesses de direita e esquerda.
         E, finalmente chegamos no ponto que assola o mundo e responsabilizo por transtorno da humanidade: o capital. O capitalismo praticamente sempre existiu, ao mesmo tempo sempre causou problemas. Os governos lutam até hoje em busca de enriquecer e prosperar a economia para cada vez mais ascender o próprio lucro. 
        Muitas pessoas acham que o 'comunismo' da China seja péssimo para qualquer nação, pelas péssimas condições de trabalho e atuais questões ambientais, como um todo resumido. Enganam-se: a China é praticamente um país capitalista e essas consequências são atitudes capitais. Não existe socialismo com o crescimento desigual que lá se tem.
      Muitos períodos históricos mostram sociedades amedrontadas com a chegada do socialismo, até mesmo no Brasil, cuja população temia que Jango trouxesse para o território brasileiro o lado esquerdo. A guerra fria, por exemplo, e a chegada do capital com o manipulador e frívolo Estados Unidos foi responsável por muitas ditaduras, inclusive a do Brasil em 64, na América Latina. 
         E para concluir as inter-relações - que agem como um novelo de lã, emaranhado por seus fios e espetados pelos conflitos, que seriam as agulhas da relação - o capital influencia nos conflitos religiosos, gera ideologias em busca de uma solução e subida de poder, bem como demarcam e cruzam territórios constantemente. E, na relação ambiental ele altera rumos ecológicos e o normal planetário com a produção abusada e a extração escandalosa.Vemos conflitos para explorar o petróleo ou as dominações injustas e despreocupadas por europeus e norte-americanos por matéria-prima na África. Para quê? Para um resultado lucrativo e capital.
         Aos poucos pode ser percebida a inexistência de barreiras que impediriam a mistura das justificativas, uma vez que são temas totalmente conectados, seja capital, religião, ideologia e territorialização.    
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/files/2012/10/soldado-americano-afeganistao1.jpg

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