Revolução Laranja e a Anexação da Crimeia

Entenda o que está acontecendo   

    Denúncias de fraude na eleição de Viktor Yanukovich, de viés pró-Rússia em 2004  fizeram os ucranianos reivindicarem uma nova eleição, com a vitória de Viktor Yushchenko, de viés pró-ocidente, desta forma ao lado da União Europeia (UE). A isso foi chamado de Revolução Laranja.Por mais que o país tenha dado esse passe democrática, a situação não era das melhores  para resolver as divergências internas.

     Com crise de 2008, aos poucos a oposição de Viktor Yanukovich foi reconquistando em suas zonas de influencia até ser elegido novamente em 2010. Embora a favor de atuações no lado russo, tentou satisfazer as ideias e vontades ocidentais, tanto que assinaria o contrato de acordo comercial com a UE. Tudo deu errado com a oferta da Rússia que viria a trazer a sua futura destituição. 

     Vladimir Putin, presidente russo, ofereceu algo para a Ucrânia: reduziria 30% da taxa percentual do preço do gás e faria um empréstimo de 15 bilhões de dólares, desde que deixasse a união com os integrantes europeus. Foi exatamente o que o presidente ucraniano Viktor Yanukovich fez: optou pelo lado russo. 

     A UE, incentivada e aliada aos EUA, há muito tempo vem tentando trazer aliados, procurando conquistá-los ao leste. Isso foi feito com os antigos países que pertenciam à zona de influência russa, que são a Letônia, Estônia e Lituânia.

       Em Kiev veio um dos protestos mais sangrentos desde a independência do país, na qual matou 80 pessoas e fez com que Viktor fosse destituído da presidência, no qual fugiu para a Rússia. Putin interferiu dizendo que poderia tomar qualquer atitude para proteger àqueles cidadãos que fossem de idioma russo.

Revolução Laranja

 Anexação da Crimeia

    Após a destituição do presidente Yanukovich, a Crimeia que já possui fortes vínculos com a Rússia pediu a anexação ao território russo. Os interesses nessa península eram devidos principalmente ao porto russo em Sebastopol, onde dava acesso à Rússia ao Mar Negro e Mediterrâneo. É praticamente um ponto estratégico.

    A Crimeia era um protetorado do Império Otomano ocupada pelos tártaros até ser conquistada pelo Império Russo. Durante a II Guerra Mundial, a região foi dominada pela Alemanha e reconquistada pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, por Stalin, que mandou deportar 200 mil tártaros até a Ásia. 

     Em 1954 o chefe de partido Nikita Kruchov ordenou que a Crimeia passasse da Rússia para a Ucrânia. Não tinha problema na época por pertencer a uma mesma nação. O pior veio a desabar com a independência ucraniana em 1991: De quem seria a Crimeia? 

     Foi feito um acordo, renovado recentemente, que embora pertencesse e fosse reconhecida nas fronteiras ucranianas, a base naval pertenceria ao governo russo. Muitos tártaros, após o fim da URSS retornaram e hoje compões 12% da população (25% ucranianos e - veja o domínio russo - 60% russos) 

       Já sendo praticamente parte da ex-URSS , manifestantes da Crimeia de origem russa tomaram prédios públicos fazendo o Parlamento local consentir a anexação entre os dois países. Isso movimentou o cenário mundial suspendendo a Rússia do G8 e agravando uma acirrada batalha entre a EU e EUA contra a antiga URSS.

      Quando Putin assumiu a presidência em 2000 iniciou uma ação para restaurar uma força internacional da Rússia. Privilegiou as exportações de recursos naturais e que recuperou empresas que haviam sido privatizadas, como a Gazprom, que se tornou a maior do setor no mundo. Ela exporta para a Ucrãnia e o restante da Europa. 

        Em maio de 2014 a Rússia e China(maior consumidora de energia mundialmente) selou um acordo que entra em vigor em 2018 de um fornecimento de 38 bilhões de dólares de metros cúbicos de gás natural. É um investimento que será vantajoso e trará retornos ao país.

      A Rússia ainda assinou um acordo da nova União Econômica Euroasiática, tentativa de reaver e novamente aliar antigos países membros da URSS. É visível, ainda mais que são membros Belarus e Cazaquistão.Segundo Putin a desintegração da União Soviética foi o pior desastre do século XX.

         Desde o final da Guerra Fria a UE e a Otan, aliança militar ocidental, expandem-se ao leste europeu tentando atrair países que faziam parte da União Soviética para a sua zona de influência. Os russo veem como ameaça por estarem perdendo uma hegemonia regional. Vemos em combate as vontades e conflitos por influência. 

         Voltando à Ucrânia, de qualquer jeito seu destino é ser influenciada, ou pelo ocidente ou oriente, que está disputa pelo país. Alguns até temem a separação do leste da Ucrânia do oeste ucraniano.

 

Fonte de imagens: http://acervo.oglobo.globo.com/incoming/11507666-b07-0a9/imagemHorizontalFotogaleria/foto.jpg
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